Futuro de baixo carbono pode levar a mais minerações em áreas de alto risco
Garimpo na RDC. (Imagem de Julien Harneis, Flickr).
Pesquisadores da University of Queensland, na Austrália, mapearam os países e regiões dentro deles que provavelmente se tornarão hotspots de mineração à medida que o mundo caminha em direção a um futuro de baixo carbono.
Em um artigo publicado na revista Nature Communications, os pesquisadores disseram que este exercício os levou a concluir que essa transição deve levar a mais minerações em áreas de alto risco. Nesses locais, a competição por recursos como água e terra pode impactar negativamente as comunidades vizinhas.
“Pesquisas anteriores levantaram preocupações sobre as pressões ambientais, sociais e de governança que vêm do aumento na mineração, mas eles nunca avaliaram os riscos em uma escala global usando dados quantitativos”, disse Éléonore Lèbre, principal autora do estudo, em um comunicado à mídia.
“Ao aplicar sete categorias de risco - três ambientais, três sociais e um indicador de governança - fomos capazes de mapear onde esses hotspots de mineração existiriam e os metais envolvidos.”
Depois de examinar mais de 6.800 projetos de mineração de 20 metais diferentes em todo o mundo, Lèbre e seus colegas perceberam que certas commodities, como platina e cobalto, apresentam perfis particularmente arriscados, mas outros metais também.
“Raramente se fala em metais importantes como ferro e cobre na discussão da transição energética, mas serão necessários em grandes quantidades e devem perturbar grandes porções de terra à medida que os volumes de produção aumentam”, disse o cientista.
“Austrália, Estados Unidos e China serão os mais afetados, tendo os maiores grupos de minas localizados em contextos de alto risco potencial.”
Segundo Lèbre, uma boa administração nesses países será fundamental para garantir que a transição energética aconteça sem desencadear impactos sociais e ambientais negativos induzidos pela mineração.
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