Qual é o impacto da COVID-19 para as commodities minerais?
As previsões da S&P Global Intelligence para o mercado de commodities minerais no ano de 2020, que está sendo impactado pela pandemia Covid-19, não são de todo ruins. Para o cobre, por exemplo, cujo preço apresentou grande baixa logo no início do ano, a estimativa é que o preço fique em torno de US$ 5.850/t. O consumo de cobre refinado, por sua vez, deve cair cerca de 441 mil t, com as maiores baixas sendo registradas na China e Europa. No que diz respeito ao balanço entre oferta e demanda, prevê-se uma sobre-oferta de 22 mil t.
No caso do minério de ferro, que interessa particularmente ao Brasil, a retomada limitada do setor de construção e menor capacidade das siderúrgicas vão reduzir o consumo transoceânico de minério. Deverá haver um aumento nos estoques de aço da china e a demanda europeia vai “mergulhar”. As previsões indicam que a produção transoceânica de minério de ferro vai se manter, mas há riscos de redução, já que Vale e Anglo American podem cortar produção. O déficit de oferta de minério transoceânico deve ficar em 60 Mt e o preço médio para 2020 previsto é de US$ 93,30/t.
Quanto ao zinco, a menor produção global de automóveis deve contribuir para reduzir a demanda em 358 mil t, com um volume total de 13,4 Mt. Pelo lado do suprimento, deve se registrar maior estoque dos smelters chineses. A produção de zinco refinado deve ficar em 13,5 Mt, enquanto a produção das minas em 13,4 Mt. Haverá sobre-oferta de 95 mil t e o o menor preço será deverá ficar em US$ 2.065/t
Já o níquel enfrentará menor demanda chinesa, devido ao coronavírus, mas pelo lado da oferta haverá menor produção de NPI (Nickel Pig Iron), por falta de matéria prima. Para os analistas da S&P Global Intelligence, a suspensão da mineração nas Filipinas representa um risco e a demanda chinesa por níquel primário deve se reduzir. A estimativa, portanto, é que deverá haver uma pequena sobre-oferta e o preço de 3 meses na LME deve ficar em US$ 12.036/t.